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Burnout e Riscos Psicossociais: o que sua empresa precisa saber sobre saúde mental no trabalho

A síndrome de Burnout tem ganhado destaque no cenário corporativo por representar um dos desfechos mais alarmantes dos riscos psicossociais no ambiente de trabalho. Muito além do cansaço comum, ela reflete um quadro de esgotamento físico e emocional decorrente de condições organizacionais adversas, como sobrecarga de tarefas, metas inalcançáveis, ausência de reconhecimento e falta de apoio.

O que é a síndrome de Burnout?

Reconhecida oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2019 como um fenômeno ocupacional, a síndrome de Burnout é caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e redução da eficácia profissional. Trata-se de uma resposta crônica ao estresse prolongado no ambiente de trabalho.

Segundo a International Labour Organization (ILO), cerca de 15% dos trabalhadores globalmente sofrem de transtornos de saúde mental relacionados ao trabalho. No Brasil, dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) indicam que mais de 30% dos afastamentos por doença estão associados a transtornos mentais e comportamentais, sendo a síndrome de Burnout uma das principais causas emergentes.

Riscos psicossociais: como o ambiente contribui para o adoecimento

Os riscos psicossociais estão no cerne da discussão sobre Burnout. Eles dizem respeito a fatores do ambiente de trabalho que afetam o bem-estar psicológico, emocional e social do trabalhador. Quando não reconhecidos ou negligenciados, tornam-se gatilhos para o desenvolvimento da síndrome de Burnout e outras doenças mentais.

Entre os principais fatores de risco estão:

  • Excesso de trabalho e sobrecarga constante

  • Falta de controle sobre as tarefas e decisões

  • Clima organizacional hostil ou competitivo

  • Ausência de apoio de lideranças

  • Reconhecimento inadequado

  • Insegurança no emprego

Um estudo da Deloitte (2022) revelou que empresas que investem em saúde mental obtêm retorno médio de R$ 5 para cada R$ 1 investido, por meio da redução de absenteísmo, aumento da produtividade e retenção de talentos.

 

Como ilustra o gráfico, o mesmo estudo também aponta que organizações que não atuam de forma responsável em relação à saúde mental de seus colaboradores sofrem perdas que vão além da reputação: há impacto negativo na imagem, no valor de mercado e, sobretudo, nos resultados financeiros.

Doenças mentais relacionadas ao trabalho: dados e evidências

De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab/MPT/OIT), em 2023 o Brasil registrou:

  • Mais de 200 mil benefícios por incapacidade relacionados a transtornos mentais e comportamentais.

  • A maior incidência ocorreu em trabalhadores de 30 a 39 anos, refletindo a sobrecarga precoce na vida produtiva.

As principais doenças mentais relacionadas ao trabalho incluem:

  1. Transtornos de ansiedade (CID F41)

  2. Transtornos depressivos (CID F32 e F33)

  3. Transtornos de adaptação e estresse (CID F43)

  4. Síndrome de Burnout (CID QD85 na CID-11)

  5. Distúrbios do sono (CID F51)

  6. Transtornos por uso de substâncias (CID F10–F19)

Como prevenir o Burnout: caminhos possíveis e sustentáveis

Evitar o Burnout exige mais do que campanhas pontuais ou frases motivacionais espalhadas pelos corredores. É preciso construir uma cultura organizacional que favoreça a saúde mental e valorize o cuidado como parte da estratégia corporativa.

Veja onde e como a sua empresa pode agir de forma eficaz:

📊 1. Avaliação de riscos psicossociais

Utilize ferramentas validadas para mapear os fatores de risco no ambiente de trabalho, como:

  • COPSOQ (Copenhagen Psychosocial Questionnaire)

  • ISTAS21 (versão brasileira validada)

  • QVT (Qualidade de Vida no Trabalho)

Esses instrumentos ajudam a entender quais grupos estão mais vulneráveis e onde concentrar os esforços.

👥 2. Formação e apoio às lideranças

Líderes são multiplicadores de cultura — para o bem ou para o mal. Investir na formação de gestores para que desenvolvam:

  • Comunicação empática

  • Capacidade de escuta ativa

  • Reconhecimento de sinais de esgotamento

  • Gestão humanizada de metas e prazos

faz toda a diferença.

🛠️ 3. Intervenções organizacionais

Modificar as condições de trabalho é essencial. Isso inclui:

  • Redesenhar processos e tarefas para evitar sobrecarga

  • Estabelecer jornadas compatíveis com a função

  • Garantir pausas e descanso adequado

  • Flexibilizar quando possível (home office, horários híbridos)

🧠 4. Programas estruturados de saúde mental

Crie iniciativas permanentes — e não apenas reativas — com:

  • Apoio psicológico (in company ou por convênio)

  • Rodas de conversa, workshops e espaços de escuta

  • Campanhas educativas e sensibilização contínua

  • Canal de apoio com sigilo e acolhimento

💡 5. Monitoramento e indicadores de saúde

Integre dados como absenteísmo, rotatividade, afastamentos por CID-F e avaliações periódicas para identificar tendências e agir preventivamente.

🧩 6. Promoção do equilíbrio vida-trabalho

Estimule uma cultura que respeite os limites:

  • Não glorifique o excesso de trabalho

  • Incentive pausas, férias e desconexão digital

  • Valorize entregas com qualidade, não apenas quantidade


Transforme saúde mental em vantagem estratégica

Investir na prevenção do Burnout é uma decisão estratégica, ética e financeiramente inteligente. Empresas que se antecipam às crises e constroem ambientes saudáveis têm melhores resultados, atraem profissionais qualificados e constroem reputações sólidas no mercado.

Na iZETA Educação, somos referência em saúde corporativa e oferecemos formações, mentorias e soluções práticas para transformar o cuidado com a saúde mental em diferencial competitivo.

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